Cidade Maravilhosa
Já estive no Rio de Janeiro algumas vezes. Em algumas delas, houve fatos curiosos...
A primeira vez que fui ao Rio, devia ter uns oito, nove anos de idade. Eu, meu irmão e minha mãe ficamos hospedados na casa de Dona Lucy, antiga amiga de minha mãe. Fiquei admirada de ver que não havia quintal, como na casa de meus pais; havia um sobrado, onde os filhos de D. Lucy moravam. Na frente da casa, havia um oratório construído com pedra (acho que era granito...) e, dentro, uma imagem de Nossa Senhora de Fátima.
Mas o que mais me marcou foi que, um dia, lanchei suco de laranja com um pedaço de bolo confeitado e decorado com cerejas. Horas depois, senti-me muito mal e coloquei tudo para fora... Desde então, por anos, culpei as cerejas. Não podia vê-las nem pintadas, sério mesmo! Mas depois constatei que elas eram inocentinhas.
Uma outra visita que fiz à Cidade Maravilhosa foi quando eu tinha cerca de quinze anos. Vale lembrar que, sempre que lá estive, fiz os tradicionais passeios ao Corcovado, ao Pão de Açúcar, à Cinelândia. E sempre fiquei encantada!
Bom, desta vez, eu e minha mãe fomos à ilha de Paquetá, onde há a Praia da Moreninha (é, aquela do Macedo). Fomos em uma catamarã, embarcação enorme e lenta. Durante o trajeto, pude observar toda a sujeira despejada por nós no lindo mar...
Ao chegarmos, caminhamos até chegar a uma praia que, minha "guia" acreditava, era a famosa. Estranhei: estava deserta, não havia comércio, placas... Mas, ainda assim, ficamos. Ao entrar na água, senti o odor forte de óleo e senti-me impregnada. Porém, já era tarde, tinha mergulhado. Pensei, puxa, uma praia tão falada e tão abandonada! Ficamos, ainda, algum tempo por ali, mas decidimos procurar um lugar para lanchar.
Qual não foi nossa surpresa ao encontramos a verdadeira Praia da Moreninha, com direito a placa e tudo: bares, lanchonetes, gente, muuuuuuuuita gente! Trocamos olhares desolados, minha mãe um tanto quanto mais desolada. No entanto, como o sol já ia alto e eu não estava me sentindo muito legal com aquela sensação oleosa na pele, fomos embora. Tirando os nove fora, até que foi divertido...
Finalmente, a derradeira visita que fiz ao Rio foi em 1999. Eu estava no Mestrado e precisava apresentar trabalhos. Assim, fui ao congresso da AIL (Associação Internacional de Lusitanistas). Lá, apresentei uma comunicação na UFRJ e assisti à cerimônia de concessão do título de Doutor Honoris Causa da UFF a José Saramago, o qual havia recebido o Prêmio Nobel de Literatura no ano anterior. Antes, tive a oportunidade de ver o grande escritor passear pela Praia Vermelha, com as calças arregaçadas à altura dos joelhos e, obviamente, sem os sapatos; chegou a caminhar pelas águas mornas e misteriosas da bela praia. Estive pertinho, também, do renomado crítico literário Antonio Candido.
Ah, e foi desta vez, também, que visitei o Maracanã. Pena que não era dia de ver o Mengão arrasar o adversário...
É, foram muitas emoções...
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