Porto de Galinhas

Sol brilhando num céu super-azul, praia de águas quentes e bravias - nada mais belo e desejado que o litoral brasileiro...

Pois é, minha primeira incursão ao litoral nordestino foi na, hoje famosíssima, praia de Porto de Galinhas (PE). Estive lá pelos idos de 1996, ocasião em que o lugar era praticamente inexplorado, selvagem. E foi maravilhoso!

Ficamos - eu, minha irmã, seu esposo e sua filha - hospedados em casa de amigos, pertinho da praia (ah, não! Não me peçam para falar os nomes das praias...). Lembro-me que essa praia, a mais badalada, tinha apenas uma barraca para oferecer comes e bebes! E o mar, totalmente aberto...

Um dia, aventuramo-nos a uma caminhada até a ponta mais distante que víamos de nosso pouso costumeiro. Lá, estávamos em uma praia totalmente deserta... A areia é(era) bem grossa e fofa. A água do mar, escura e fria. Mesmo assim, achamos o máximo e entramos.

Nossa, que aperto! Era o momento de a maré baixar e a ressaca estava demais! Nossos pés se afundavam rapidamente na areia e, quando tentávamos ir para outro ponto, não encontrávamos apoio! Ficamos tensos, mas, aos poucos, conseguimos retornar para a praia. Gente, foi sinistro!

Em outro dia, quando passeávamos de jangada, encontramos um pescador com um peixe enorme em seu barquinho. Ele nos disse que se tratava do peixe-lixa. De fato, ao passar a mão sobre o animal, a sensação era realmente esta. Este peixe tem a aparência semelhante ao tubarão, exceto pela barbatana no dorso. Depois de sanadas as curiosidades, o pescador seguiu com sua bagagem, certamente cheio de histórias para contar em sua comunidade.

Depois de passarmos alguns dias em Porto de Galinhas, seguimos para uma brevíssima visita a Recife. Ô cidade grande, gente!

Era época de carnaval. Então, em uma quentíssima tarde, ouvimos uma voz infantil entoar: Ei, pessoal, ei, moçada, o carnaval começa com o Galo da Madrugada! E, de porta em porta, ele fazia a mesma cantoria. Ao sairmos de casa, vimos, ao longe, a multidão que se formava para seguir o Galo. Mas nós, não. Não tínhamos como mergulhar nesta aventura, pois, dali a alguns dias já partiríamos. Assim, achamos melhor fazer um rápido city tour.

No centro, o imenso Capiberibe corta a cidade, deixando um odor característico no ar. Observamos, por instantes, homens e meninos cobertos de barro, arrancando caranguejos das margens escuras.

Depois, voamos pela "cidade velha", com suas casinhas coloniais em triste estado de ruína e descuido, mas, ainda assim, encantadoras...

Em seguida, andamos pelo calçadão próximo à praia de Boa Viagem. Lamentamos profundamente ver toda aquela beleza imprópria para banhos; ficamos só na vontade de mergulhar uma vez mais no mar pernambucano.

A última parada foi Olinda. Gente, que ladeiras são aquelas?! Aff! Fomos até um ponto estratégico de onde avistamos o litoral de uma forma indescritivelmente bela. Visitamos uma igreja colonial (sem nomes, s'il vous plaît!) - adoro as igrejas antigas! São tão singelas e fortes, misteriosas e prenhes de sussurros do tempo...

Pois é, foi assim, a jato, que passei por Recife e adjacências. No entanto, as memórias, muitas nas entrelinhas do que registrei acima, não caberiam num despretencioso post de uma tarde de primavera.



Comentários

Postagens mais visitadas