Luto

Trinta dias. Exatamente. Um mês de sofrimento e privações. Xexéu, um dos meus gatos, partiu, com 8 anos e quatro meses.

Quando ele chegou, ainda miúdo, uma bola de pelos cinza e branca, meu primeiro impulso foi de batizá-lo como Artaxerxes! Como esse nome parece mais um "trava-língua", resolvi apocopá-lo. Ficou, então, Xexéu. 

Ele cresceu bastante e por muito tempo era o maior de todos. Brigão e territorialista; sonso e adoravelmente dengoso. Mas ai de você se tentasse cobri-lo de carícias: logo ele mostrava que não estava a fim ou que ele é que deveria mostrar quando estivesse. E lascava um soco ou uma mordida.

E assim transcorreram todos esses anos, com momentos divertidos e muita bronca, porque ele atazanava a vida dos outros.

Em 2009, após um check-up, foi constatado que Xexéu era portador da FeLV (leucemia felina), doença virótica impiedosa, que mina as defesas do organismo. Lembro-me que, na ocasião, todos os bichanos precisaram fazer exame de sangue para ver quais estariam infectados. Todos os "positivos" foram medicados e, pelo menos por um ano, conseguiram seguir em frente.

No ano passado, um desses se foi, após um período de agonia, em que a doença literalmente sugou suas forças.

E agora, hoje, Xexéu partiu em meio a dois suspiros finais, buscando o ar que escasseava em seus pulmões cada dia mais. O corpinho, mole e sem brilho, ocupou meus braços por alguns instantes. Agora, enfim, ele está livre da dor e do sofrimento.

Saudades, Xexéu!

Comentários

Postagens mais visitadas