R.I.P. - Antonio Candido

Há eras, quando eu cursava o Mestrado em Literatura na UnB, fazia questão de participar de eventos, tanto em Brasília quanto em outros lugares. Não foram muitos, mas tive a oportunidade de apresentar trabalhos em grandes e lindas cidades: Salvador, São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.

É claro que eu sempre dava um jeito de visitar ao menos os pontos turísticos mais famosos.

Em Salvador, fui ao Mercado descendo pelo elevador Lacerda e depois dei uma volta pelo alto do Pelourinho. Visitei a igreja de São Francisco de Assis, bem barroca e linda. Ah! Também passei por parte da orla e entrei no Farol da Barra.

Em São Paulo, na verdade, fui em dois momentos. A primeira vez, estava na reta final da graduação e fui apresentar um painel na PUC-SP. Aproveitei para visitar a USP e Butantã, o Brás, a Liberdade, a Avenida Paulista. A segunda vez, na pós, o evento também foi na PUC-SP, desta vez uma mesa-redonda. Fui à famosa Bienal e comprei a Barsa completa, além de outros tantos livros. Passei, também, por alguns sebos lá no Centro - uma festa!

Fiquei em um flat lá em BH, perto da UFMG. Como uma colega mineiríssima também estava por lá, fizemos um city tour, visitando, entre outros pontos, a igrejinha da Pampulha e o Mercado central. Bom demais, sor!

No Rio, tive a oportunidade de conhecer grandes figuras das Letras. Apresentei trabalho na UFRJ e visitei, é claro, o Corcovado, a Cinelândia, o Pão de Açúcar, a Praia Vermelha e a Urca.

Sabe quem estava por estas bandas? José Saramago! Ele veio receber o título de Doutor Honoris Causa pela UFF, se não me falha. E enquanto eu bestava pela Praia Vermelha, Saramago tirou os sapatos - ora, pois! - e caminhou pela praia, molhando os pés nas águas do mar. Após a cerimônia, consegui tirar uma foto com ele ;)
(Não foi esta!)

E sabe com quem mais tive oportunidade de falar e de tirar fotos? Professor Domício Proença Filho e Professor Antonio Candido. Sim, desse jeito, sem acentos, por favor. Experiência única e inesquecível; figuras de grande saber e sabedoria, mas sem ataques de pelanca e estrelismo.

Foi por isso que neste 12 de maio a notícia do falecimento de Antonio Candido me fulminou. Senti como se perdesse um amigo de longa data. Além do famosíssimo Formação da Literatura Brasileira, o qual embasou muitos de meus estudos, li e estudei outras obras didáticas elaboradas pelo mestre. Linguagem direta e raciocínio preciso. Porém, uma hora o gênio se apaga para permitir que mais uma estrela irrompa no firmamento.




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