Um pouco de lirismo... e RAÇA!!!

Budismo Moderno

Tome, Dr., esta tesoura, e... corte
Minha singularíssima pessoa.
Que importa a mim que a bicharia roa
Todo o meu coração, depois da morte?!

Ah! Um urubu pousou na minha sorte!
Também, das diatomáceas da lagoa
A criptógama cápsula se esbroa
Ao contato de bronca destra forte!

Dissolva-se, portanto, minha vida
Igualmente a uma célula caída
Na aberração de um óvulo infecundo;

Mas o agregado abstrato das saudades
Fique batendo nas perpétuas grades
Do último verso que eu fizer no mundo!


Augusto dos Anjos (1884-1914) 

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O bichinho é feinho, mesmo e, por destino, associado à morte e ao mau agouro. 

Algumas semanas atrás, recebi a visita de uma simpática dupla aqui no serviço. Normalmente, vêm os carcarás. Aproveitei a sorte 🍀 e cliquei um dos amiguinhos! Porém, só me lembrei do Augusto dos Anjos e não pude deixar de registrar aqui.

E, claro, não posso deixar passar a vitória do Mengão ontem por 4x0!!!  Azar? Só se for para os adversários!  

 

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