Aracaju, SE



Ah, férias!  Melhor que isso só quando são para comemorar algo. No caso, aniversário de casamento. :)

Dessa vez o destino escolhido foi Aracaju. Só que para combinar período de ferias e destino,  foi necessário a odiosa conexão. E quando isso acontece, a primeira coisa que vem a mente é: nunca mais faço conexão!  (claro que faremos...). E o horario? Putz! Embarque às 6:30; chegada ao aeroporto: 3:40! Era o que constava no voucher. Depois de viajar com a Uber pela primeira vez (ótimo serviço, preço excelente! ) e chegar as 3:20, despachamos a bagagem por volta das 4:30! Estávamos anestesiados pelo sono e eu, relaxada após sessão na cadeira
massagem.  Embarque ok, turbulência não ok, preparo anímico para enfrentar van Congonhas - Guarulhos. Em meio aos mantras, boa/inquietante notícia: por problemas no autobreak, a aeronave seguiria direto para Guarulhos,  pois Congonhas não aceita o defeito. Em temporada de queda de aviões,  a notícia arrepia a nuca. Por outro lado, pular o trecho de van é maravilhoso. Bom, segue o bonde! Chegamos bem e nos preparamos para aguardar cerca de quatro horas até o novo embarque.

Descobri a Starbucks e não resisti! Fausto postergou seu lanche e isso quase nos custou o voo! De repente "embarque imediato" no painel; corremos de uma ponta a outra do aeroporto, os funcionários da empresa segurando o voo, passando rádio um ao outro. Esbaforidos, alcançamos o ônibus e seguimos para a nave! Mais um punhado de minutos,  turbulência chatinha, finalmente pisamos em solo sergipano. Seguimos para o hotel, o qual a turma do receptivo confirmou ser o mais distante de todos. Check-in,  quarto, banho, quarto inundado, troca de quarto,  instalação "definitiva" em outro bloco. A despeito do cansaço,   seguimos para o mar. Ah, esse lindo! Saudade dele - logo resolvida. Maravilha! Ficamos no mar e na piscina até o sol se despedir. Depois, jantar (temático); naquela noite, nordestino. Farto e variado o suficiente para satisfação de todas as tribos. Finalmente, o tão necessário sono reparador.

Dia seguinte, city tour. Enquanto passamos por vários hotéis coletando outros turistas,  a guia apresenta os principais pontos por onde passamos. Alguns que me chamaram mais a atenção: segundo ela, o hotel em que estamos fica na ilha de Santa Luzia; há cerca de 400 plataformas de exploração de petróleo no estado (logo observamos algumas delas lá do hotel).

A cidade é muito bonita - pequena e aconchegante, vias organizadas e bem sinalizadas. Como é comum em cidades antigas, há marcas do passado na convivência com o presente: alguns pontos comerciais e órgãos públicos ou de associações mantêm o prédio histórico.  Estou enferrujada, mas o estilo parece-me neoclássico. O charme aumenta por serem espaços mais contidos, diferente das construções da Cinelândia, por exemplo.

Paramos no mercado onde poderíamos encontrar roupas, artesanatos, comidas e por aí vai. Depois do almoço, seguimos para a Praia do Robalo. Linda, águas tranquilas. Ali tive a oportunidade de provar o quebra-queixo com pimenta. Delícia!

Ficamos os dias seguintes aproveitando a estrutura do hotel. Num desses dias, ao sairmos para o café da manhã, encontramos um visitante inusitado: instalado no murinho de proteção, um urubu!O coitado parecia desolado - talvez porque não enxergasse maneira de sair dali, uma vez que a janela estava fechada. Pé ante pé, seguimos até ele e conseguimos abrir a janela. Eu esperava que ele chispasse sem olhar para trás. Não; ficou exatamente no mesmo lugar. Paciência! Fizemos o que estava a nosso alcance... 

No penúltimo dia, decidimos rever o cenário de Tieta do Agreste e fomos a Mangue Seco.


Para chegarmos lá, uma viagem de van, depois de catamarã, a seguir de buggy. Há três modalidades de trechos para o trecho de buggy; escolhemos o mais rápido; afinal, já era tarde e queríamos ver logo o cenário que Jorge Amado havia imortalizado em sua obra.

As dunas são lindas! Mas quando avistamos o mar, tudo fica menor. A lindíssima manta verde, com suaves ondas tocando a praia são um espetáculo maravilhoso. Depois de registrarmos em fotos os coqueiros batizados de Romeu e Julieta, seguimos para uma barraca. Logo quis sentir aquele pedaço do mar: as águas são límpidas e mornas; para curtir ondas um pouco mais iradas, é preciso adentrar mais no reino das águas. Ah! Vontade de congelar o momento...

No caminho de volta, paramos em um bar/restaurante em que podemos ficar com os tambaquis como se fossem cãezinhos de estimação. Só vendo: é vendida uma porção de ração para os peixes e eles faltam sair da água para alcançar os grãos em nossas mãos! Muito fofinhos!

Os guias de passeios sempre são uma história à parte. Desta feita, Jackson nos brindou com algumas passagens das quais três mais me chamaram a atenção:
- Certa feita, em uma de suas viagens, conheceu uma linda baiana. Logo no início do relacionamento, a moça foi visitar a avó em Aracaju. No caminho, referência vai, referência vem, Jackson suando frio, chegam à tal casa. Pois a avó da baiana era ninguém menos que a neta de Virgulino Ferreira, o Lampião! O relacionamento permanece firme até hoje...
- Passamos em frente a uma casa grande, com quartos separados no andar superior. Jackson nos disse que era a casa do sr. Zé do Baião. Poderia ser mais um zé dos tantos que existem por aí. Mas este apareceu até em reportagens de TV: ele tinha 7 mulheres! E não era jovenzinho não; a vitalidade continuava firme apesar dos anos acumulados. Nem me lembro da descendência em números. Jackson disse que era realmente impressionante a disposição do sujeito.
- O dono do local em que paramos para interagir com os tambaquis havia salvo a vida do Jackson. Certo dia, a van que ele dirigia teve um problema e ele precisou fazer algumas ligações. Enquanto fazia isso no acostamento, lembra de ouvir gritos e, ao se virar para ver do que se tratava, foi atingido por um carro em alta velocidade. Ele foi jogado a pelo menos 12 metros do local e o motorista fugiu. O dono do bar, então, foi quem chamou o SAMU e pagou as despesas necessárias para sua recuperação. Ele havia perdido o filho atropelado no mesmo local; ajudar o guia apaziguou um pouco seu coração, uma vez que o filho não teve a mesma sorte.

Dia seguinte e o próximo, continuamos morgando no hotel, curtindo piscina, sol e praia. Até pensamos em mais um passeio, mas o problema é ficar parte do dia dentro de uma van ou micro-ônibus recolhendo outros turistas para então partir para o local. Muito cansativo. E mesmo que fizéssemos passeio direto, o pontos turísticos mais interessantes são muito distantes de Aracaju. Bom: decidimos curtir o finalzinho das férias na boa estrutura de que dispúnhamos.

Agora, planejar a próxima comemoração de bodas matrimoniais! ;)  
 
 

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