O tempo passa...

Nos últimos dias, minha mãe não passou bem. Dores pra todo lado; um pouco pela idade mesmo, outro tanto por peso genético.

Mas o que me fez refletir foi ver, dia desses, ela e meu pai. Ela foi se sentar no quintal para pegar um solzinho, as dores muito incômodas; meu pai, desconsolado, ficou a seu lado, contemplando-a, incapaz de fazer algo que pudesse ajudar - até porque ele também não está na melhor forma... 

E então, contemplando os dois idosos, meu coração ficou apertadinho. Imaginei se quando eles eram jovens sequer consideraram chegar àquele ponto, abatidos pelas doenças da velhice. E como devem ser as lembranças do meu pai, tão austero e distante quando sadio. Agora, bem ou mal, o fato é que um só conta com o outro no dia a dia. Os filhos acodem quando necessário, mas, no tic-tac de cada segundo, os dois pisam e repisam os passos um do outro pela casa; fora eles, os gatos - os netos que dei a eles...

Imaginei, também, o casamento. O deles completará 55 anos! Uau!, é uma vida! É, por altos e baixos, risos e lágrimas, lá estão eles, rostos enrugados, ralos cabelos brancos. Certamente o que iniciou aquele matrimônio já se perdeu nas dobras do tempo (beleza, força, sedução...). Resta o apoio, o mútuo reconhecimento de que um só tem ao outro. Bem ou mal.

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