Saga
Pois é. No dia seguinte, contei com a carinhosa assistência do Fausto para chegar ao trabalho. Mas, para voltar, não foi possível. A Rodoviária foi meu destino.
Saí do trabalho e cortei o espaço de lá até a Rodo velozmente, pois já escurecia e não se pode "dar mole". Cheguei lá transpirando feito uma chaleira, dirigi-me ao metrô, comprei o bilhete e dirigi-me à plataforma rapidamente, pois ouvia o ruído de um trem chegando.
O vagão estava lotado e resignei-me a olhá-lo partir. Perguntei a uma senhora o destino dele; ela respondeu-me que era Samambaia. Animei-me, porque sabia que o melhor seria pegar o Ceilândia para não precisar fazer a troca de trens.
Após alguns minutos, eis que chega a condução. Não havia muita gente, mas o suficiente (e rápida o bastante) para sentar-se de imediato. Fiquei em pé, mais uma vez, resignada com o andar das coisas. Eu estava muito cansada, então nem liguei muito para os passageiros. Isso até o momento que ouço, bem alto, uma música do legendário Air Supply. Pensei, ah, deve ser alguém recebendo uma chamada. Mas não era; acreditem: um cidadão, ao meu lado, simplesmente estava curtindo a música. Outras pessoas, além de mim, olharam de soslaio para a criatura a ver se o desconfiômetro funcionaria. Nada. Ele ouviu toda a canção, calmamente. Depois de uns instantes, porém, eis que ele arrisca colocar outra música. Após alguns chiados parecidos com os do grupo Calypso, felizmente, ele desistiu. Ufa!
O restante da viagem foi tranquilo. Ao descer na estação que me atendia, segui rápido até a casa da minha mãe.
Chegando lá, dei a notícia a ela. Como de costume, ela fez uma cara de espanto e me perguntou: "Mas como???" Contei, então, meu infeliz excesso de confiança (ou falta de atenção) que resultou na colisão. Ela ficou aliviada ao saber que só havia ocorrido dano material. E a conversa seguiu por outros meandros. Depois de ver meus bebezinhos, segui para casa.
No início da semana seguinte, fui buscar o carro reserva (confesso que, se eu tivesse mais conhecimento de causa, teria escolhido o desconto mesmo...). O exemplar disponibilizado era básico, mas a Seguradora providenciou que eu tivesse ar condicionado. Para minha surpresa, o Celta prata que consegui tinha, além do ar, direção hidráulica, travas nas portas e vidros elétricos! A saída da locadora não foi triunfal, mas, ao menos, não deixei o carro apagar; acelerava de mais ou de menos, mas consegui chegar ao trabalho.
E assim passou a semana. Até gostei do carro; mas queria o meu de volta...
No entanto, após várias informações desencontradas, só tive o prazer de ter o carro em meu poder novamente após duas semanas inteiras! Fiquei pensando se o serviço havia demorado tanto porque foi feito como sinistro. Tudo bem que ficou ótimo, mas, sinceramente, a correria e a tensão de ter de pegar metrô e ônibus não foi nada fácil.
Tudo bem, também, que se veem coisas interessantes nos transportes públicos, mas, aff!, é muito sofrimento...
A sorte é que contei com o Fausto em todos os momentos, fazendo ligações, resolvendo coisas que eu não tinha como fazer. E sendo hiperpaciente... Meu bem, obrigada!!!
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