Tem jeito?...


Um tapa na cara. É como defino Tropa de Elite 2, bem realizada produção brasileira, sucesso como continuação do primeiro filme.

A narração da trama é feita pelo agora Coronel Nascimento, personagem interpretada por Wagner Moura com competência e mestria. A cena inicial causa o impacto de estarmos diante de um novo Brás Cubas. Mas não é bem assim.

O enredo, desta feita mostrando que "o inimigo agora é outro", desenrola diante dos expectadores a maneira como a corrupção instalou-se em todas as camadas da população brasileira, dominando morbidamente toda a sociedade, deixando-a torpe e putrefata.

Alguns dirão que não há qualquer ineditismo nisto. Porém, o cruel é justamente isso. Querendo ou não, cada um vê-se espelhado na tela, onde não há mocinhos e bandidos. É vergonhoso o modo como esse vírus maldito encontrou organismo fértil para seu alastramento no nosso Brasil de todos os dias.

Incomoda mais ainda quando estamos em pleno ano eleitoral e somos forçados a escolher entre a espada e o precipício. Dói, porque nós nos dirigimos de livre e espontânea vontade para esta posição e não encontramos saída da decadência.

Alguns acham que fizeram sua parte ao votar em um palhaço. Outros em simplesmente não votar ou votar nulo. Improfícuo. A grande tenda que cobre o picadeiro de mais de 8.000km de extensão continua suspensa e as estacas que a sustentam permanecem firmemente adormecidas, deitadas eternamente em berço esplêndido.

Vale-leite; vale-escola; vale-gás; vale-voto; vale consciência. Lamentável e asqueroso.

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