Vida

Em um dos restaurantes em que almoço, vez em quando vejo um senhor bem idoso e fico - acreditem! - eternecida... Os cabelos branquinhos, olhos com pálpebras alquebradas, vermelhas, mãos trêmulas, passos curtos.

Pergunto-me se ele não tem mais qualquer familiar por perto, uma vez que almoça só em um restaurante. Pergunto-me se ainda realiza alguma tarefa para sobreviver. Pergunto-me se era orgulhoso ou vaidoso na juventude e o que pensa agora que se contempla diariamente no espelho, talvez fosco e sem brilho, pendurado em algum lugar da parede do quarto.

Ainda tenho meus pais junto a mim e procuro visitá-los constantemente, aproveitando cada minuto como se derradeiro fosse. Afinal, sem eles, eu não teria a oportunidade de estar neste mundo para resgatar dívidas e descortinar horizontes mais claros para minha trajetória eterna.

Às vezes pequenos gestos de carinho, um sorriso, um "oi!" podem fazer a diferença para a caminhada diária que empreendemos.

Vida: mistério e desafio...

Qual será a expectativa daquele senhor a cada vez que sai de sua casa?

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