Experiências

Estressei e resolvi tentar algo que não o Rivotril para dar um jeito.

Acordava cedo para chegar cedo ao trabalho e sair com os últimos raios do sol ainda iluminando a Terra. Porém, com o tráfego infernal, chegava com minutos contados para trocar de roupa, mal olhava os gatinhos e corria para a academia. Lá pelas 22h comia algo para dormir.

E o contato com meus queridos humanos? Mesmo os gatinhos, algumas vezes não conseguia nem vê-los.

Então resolvi mudar meus horários e ir de metrô para o trabalho. Na verdade, até que daria para ir de carro, mas ainda não coloquei meus nervos em ordem para suportar a falta de educação diária dos motoristas do DF, que é o que torna o trânsito lento insuportável.

No horário que tomo o trem não há grandes apertos e consigo até ler! Li quatro livros em menos de dois meses! Isso já é algo para se comemorar - e muito!

Todos os dias penso no poema de William Henry Davies, Leisure (talvez até já o tenha postado...):

What is this life if, full of care,
We have no time to stand and stare.
No time to stand beneath the boughs
And stare as long as sheep or cows.

No time to see, when woods we pass,
Where squirrels hide their nuts in grass.
No time to see, in broad daylight,
Streams full of stars, like skies at night.

No time to turn at Beauty's glance,
And watch her feet, how they can dance.
No time to wait till her mouth can
Enrich that smile her eyes began.

A poor life this if, full of care,
We have no time to stand and stare.


É claro que precisamos trabalhar para nos mantermos neste mundo, mas não devemos afundar a cara no serviço, nas tarefas e esquecer os prazeres, as alegrias que podemos ter em coisas simples. Às vezes, no não fazer algo. No dizer "não". De experimentar novos caminhos.

Na verdade, é um aprendizado diário e contínuo - e, por vezes, dolorido. Vale a pena, porque é do caos que brota uma novidade.

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