Pausa II

O monitor brilhava a sua frente, exibindo planilhas, dados, textos. O telefone não parava de tocar.
Sua cabeça explodia, a pressão estava muito grande. Pouco pessoal, serviço demais.
Quando achou que não aguentaria mais, levantou os olhos e perdeu-se na paisagem que se apresentava diante dela, filtrada pelo vidro da janela. Lembrou-se da brisa marinha, da cantoria das folhas dos coqueiros, do vai-e-vem das ondas verdejantes...
A voz monótona de sua colega de sala trouxe-a de volta à realidade tensa e repetitiva de seu trabalho. Um forte suspiro levou-a a retomar a frenética digitação de nomes, datas, números e o que mais surgisse.
Precisava juntar forças para continuar a lida diária. Afinal, disso dependia seu retorno ao cenário paradisíaco que vislumbrara instantes antes. Mais um pouco e o expediente findaria.
Menos um dia de trabalho. Mais um passo em direção às tão desejadas férias.

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