Educação

Conta-se que Licurgo foi convidado a falar sobre a educação. O grande legislador de Esparta aceitou, mas pediu um ano para preparar o material que iria apresentar.
Por que um homem tão sábio ocuparia tanto tmepo para compor simples exposição de ideias?
Exigência aceita, prazo cumprido, ei-lo diante da multidão que compareceu para ouvir-lhe os conceitos. Trazia duas gaiolas. Numa estavam dois cães; duas lebres na outra.
Sem nada dizer, tirou uma animal de cada gaiola, soltando-os. Em instantes o cão estraçalhou a lebre.
Libertou em seguda os restantes. O público estremeceu, antevendo nova cena de sangue. Surpresa: o cão aproximou-se da lebre e brincou com ela. Esta correspondeu, sem nenhum temor, às suas iniciativas.
- Aí está, senhores - esclareceu Licurgo -, porque pedi prazo tão extenso, preparando esses animais. O melhor discurso é o exemplo. O que mostrei exemplifica o que pode a educação, que opera até mesmo o prodígio de promover a confraternização de dois seres visceral e instintivamente inimigos.

Fonte: O Reformador - FEB, janeiro de 1993.

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